sexta-feira, 30 de abril de 2010

Morre em Aquidauana o ex-governador e ex-senador José Fragelli


Midiamax
Celso Bejarano e Paulo Xavier

Morreu na madrugada de hoje, o ex-governador de Mato Grosso (1970-1974), José Manuel Fontanilas Fragelli, 95, um dos mais importantes políticos sul-mato-grossense. O corpo dele é velado no prédio da Câmara dos Vereadores da cidade e deve ser sepultado no final da tarde de hoje. A causa da morte de Fragelli, que também ocupou mandatos de deputado estadual, federal e senador e chegou a ocupar a presidência da República, ainda não foi divulgada. Ele morreu em casa, possivelmente por razões naturais, perto dos familiares.

Fragelli ocupou a presidência do Senado de 1985 a 1987. Em setembro de 1986, por 14 dias, o corumbaense nascido em 31 de dezembro de 1915, ocupou interinamente a presidência da República.

Moradores próximos a casa de Fragelli, construída no centro de Aquidauana, cidade distante 110 km de Campo Grande, disseram que nos últimos meses dificilmente viam o ex-governador, que formou bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito Universidade de São Paulo, uma das mais famosas do país, em 1938. Ninguém da família de Fragelli se manifestou até agora.

Texto publicado no site de Senado, narra que Fragelli foi presidente do Senado no período de 1985 a 1987, tendo exercido o mandato de senador no período de 1980 a 1987. Na época de sua gestão o Senado Federal realizou 280 sessões ordinárias, 348 extraordinárias, quatro especiais, 542 conjuntas, tendo sido feitos 2.649 pronunciamentos e apresentados 641 projetos de lei.

Sua trajetória política, diz o site, marcante entre a de muitos outros, teve como um momento significativo a sua participação ativa, em 1983, na articulação da candidatura de Tancredo Neves à Presidência da República.

No início desse ano organizou um grupo de 14 senadores, todos desconhecidos, para uma visita ao governador Tancredo Neves, que estavam dispostos a trabalhar por seu nome para Presidente da República. Foi o próprio Senador Fragelli, logo depois desse encontro, quem procurou o Senador Pedro Simon para dizer que, se o PMDB fosse ao Colégio Eleitoral, o candidato seria Tancredo Neves.

Após a derrota da emenda constitucional que previa o retorno das eleições diretas para a Presidência da República, o Colégio Eleitoral elegeu Tancredo Neves apoiado por uma articulação política da Aliança Democrática, frente oposicionista formada pelo MDB e pela Frente Liberal, dissidência do PDS.

Logo depois, o Senador Fragelli se elegeria presidente do Senado, derrotando o Senador Luiz Viana Filho, candidato do PDS. Como presidente do Senado, José Fragelli teve uma importante atuação na transferência de poder para o Vice-Presidente José Sarney, por ocasião da doença de Tancredo Neves, em 14 de março de 1985, quando o Presidente eleito indiretamente foi internado. No dia 15, data prevista para a posse, o presidente do Senado, à frente do Congresso Nacional, investido da faculdade de reconhecer o Presidente da República, e alegando afastar qualquer possibilidade de conturbação política, deu posse a José Sarney (1985-1990), que passou a ocupar interinamente a Presidência, seguindo assim a determinação da Constituição. Com a morte de Tancredo Neves em 21 de abril seguinte, Sarney foi confirmado na Presidência da República. Sua gestão à frente da presidência do Senado foi marcada por iniciativas de austeridade administrativa.

José Fragelli foi Promotor de Justiça em Campo Grande (1939-1943); Secretário de Justiça e Finanças (1953-1954); Diretor e Professor do Colégio Osvaldo Cruz em Campo Grande; Constituinte em 1947; Deputado Estadual (1947 a 1950); Deputado Estadual (1950 a 1954); Líder da Oposição pela UDN (1947 a 1951); Líder do Governo pela UDN (1951 a 1953); Deputado Federal (1955-1959) ; Governador (1970 a 1974) ; Senador 1º 11-80 a 31-1-87; Presidente do Senado Federal (1985-1987) ; Presidente do Congresso Nacional (1985-1987) ; Presidente da República interino ( 28 a 30-9-1986 e 9 a 14-9-1986); Pecuarista.

Tem as seguintes obras publicadas: Mato Grosso. Governadores, 1970-1974; Mensagem à Assembléia Legislativa. Cuiabá, 1972, 159 p. il (Senado); Mato Grosso. Governo do Estado. Mato Grosso do Garimpo ao Computador, Balanço do Governo José Fragelli, Cuiabá, 1974, 1 v. il. (Senado); Mato Grosso. Secretaria de Governo e Coordenação Econômica. Um Plano de Governo e sua Execução, Cuiabá, 1 v. il. (Senado); A Conjuntura Nacional e o Poder Legislativo, Palestra proferida, no dia 5-6-86, na Escola Superior de Guerra; O Poder Legislativo, Brasília.
Armando Anache

Por designação do Presidente da República integrou a Delegação do Brasil à XI Sessão da III Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, em 1982. Visitou a Itália a convite oficial do Parlamento italiano, em 1983. Por designação da Presidência do Senado Federal integrou a Delegação Brasileira à CXXXII Reunião do Conselho Interparlamentar, em Helsinque, Finlândia, em 1983. Visitou os Estados Unidos da América a convite do governo norte-americano, em 1985. Visitou a URSS a convite do governo soviético, em 1986.

Fragelli Recebeu as seguintes condecorações: Grã-Cruz do Condor dos Andes (Bolívia); Medalha da Independência (Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo); Colar D. Pedro I (Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo) ; Grande Colar da Ordem do Congresso Nacional, no grau Grão-Mestre (1985/86) ; Grã-Cruz da Ordem do Rio Branco; Grande Oficial da Ordem do Rio Branco; Grande Oficial da Ordem do Mérito Aeronáutico; Grande Oficial da Ordem do Mérito Militar; Grande Oficial da Ordem da Legião de Honra; Grã-Cruz da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho; Grã-Cruz da Ordem do Mérito de Brasília; Medalha Anchieta; Grã-Cruz da Ordem de Boiacá (Colômbia); Grande Oficial da Ordem do Mérito Naval; Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Trabalho; Grã-Cruz da Ordem do Mérito Judiciário Militar; Medalha Alferes José Joaquim da Silva Xavier; Grã-Cruz da Ordem do Mérito das Forças Armadas.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Encontro do PT em Aquidauana não empolga militância (Enviado por Wilson de Carvalho)


foto arquivo

Na noite da ultima sexta feira, o PT de MS realizou na Câmara de Aquidauana o 2º Encontro Estadual do Partido com a presença de lideranças estaduais e do presidente da legenda, o advogado e ex-vereador de Paranaíba, Marcus Garcia, Marquinhos.

Na mesa de autoridades a presença dos deputados Amarildo Cruz, Teruel e Pedro Kemp. Os Deputados federais Vander Loubet e Biffi também prestigiaram o evento ao lado de Dagoberto Nogueira (PDT – pré-candidato ao senado.

A mesa contou com a presença de Israel dos Santos, presidente do PT de Aquidauana e o ex-governador Zeca do PT.

O vereador Cipriano Mendes – líder do prefeito Fauzi Suleiman (PMDB) na Câmara de Aquidauana e pré-candidato do PT a deputado estadual compôs a mesa de autoridades.

Quando o senador Delcídio do Amaral chegou, a mesa já estava composta e após atender a imprensa e saudar o prefeito de Aquidauana Fauzi Suleiman durante entrevista ao jornalista Armandinho Anache, (Rádio Independente) ele foi conduzido a uma cadeira ao lado do ex-governador Zeca do PT.

Plenário vazio e colheita

Com um plenário vazio, composto basicamente por assessores dos deputados e uma pequena caravana de Corumbá, ficou nítido a esvaziamento do evento pela militância petista local.

Os militantes não esqueceram o que consideraram traição de Zeca nos pleitos de 2004 e recentemente em 2008, quando o ex-governador chamou os petistas de “banda pobre”, em programas no horário eleitoral gratuito e em um jornal que difamava o então candidato Fauzi e seus aliados do Partido dos Trabalhadores.

Sem empolgação, o sábado contou com muito menos participantes ainda. Segundo o ex-secretário geral do PT Nabil Jaffal, foi o troco que começou a ser dado ao ex-governador, “Não tenho memória curta, sei o que passamos com o Zeca, agora é ele que precisa do PT de Aquidauana e com muito prazer daremos o troco que ele merece, ele vai colher aqui o que plantou”, disse entusiasmado ao Aquidauana News.

Discursos

Durante discurso no ato de abertura do encontro o deputado federal Antonio Carlos Biffi disse que a mídia nacional está contra o PT. Dagoberto Nogueira único pedetista na mesa criticou a pesquisa publicada em jornal de Campo Grande que enfatiza vitória de André Puccinelli no primeiro turno. “A publicação desta pesquisa desqualifica o jornal Correio do Estado”, disse o deputado federal Dagoberto Nogueira, esquecendo que dias atrás o mesmo Instituto o colocava em segundo lugar na corrida pelo senado, liderada pelo senador Delcídio.

O deputado federal Vander Loubet disse que a disputa vai envolver duas pessoas de personalidade forte, Zeca e André. “Precisamos sim empurrar André para José Serra porque assim Lula vem nos ajudar”, frisou Vander que usou um tempo do discurso para elogiar o prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad.

O senador Delcídio do Amaral ressaltou ações de Zeca enquanto governador de MS e acabou fazendo um discurso sem conteúdo político. Enfatizou a importância do palanque eletrônico nesta eleição e defendeu a aglutinação de partidos visando ampliar o tempo na TV. Segundo Delcídio a pesquisa publicada na semana passada “nos mostra uma leitura positiva”.

Por volta das 22h45min, Zeca do PT iniciou sua fala alertando que o encontro não poderia ser avaliado pela quantidade de pessoas presentes no plenário, mas sim pela qualidade. Fez uma breve avaliação de seu governo e disse estar tranqüilo para enfrentar as urnas. “Sou uma alternativa”, disse ele arrancando aplausos dos presentes.

Zeca do PT também avaliou a gestão do atual governador André Puccinelli e disse vencer essa discussão de quem foi melhor, mas não esclareceu que discute apenas os 3 anos e 3 meses do atual governador Puccinelli enquanto avalia os oito em que esteve frente ao Governo do Estado.

Bastidores

Nos bastidores se comentou muito a possibilidade de que Dagoberto Nogueira após eleito senador disputaria a Prefeitura de Campo Grande, abrindo a vaga no senado para ex-primeira dama Gilda dos Santos, esposa de Zeca.

Barrado

O grupo do PDT de Aquidauana liderado pelo ex-prefeito Felipe Orro, que recentemente teve mais uma de suas contas contestadas pelo Tribunal de Contas do Estado, não compareceu ao evento.

Segundo fontes, Felipe Orro teria recebido um recado da cúpula do PT para não comparecer ao evento, pois caso contrário o PT local iria esvaziar ainda mais o plenário.

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.