
As escavações duraram cinco dias.
Quase 20 anos depois do início de pesquisas no local, arqueólogos começaram nesta semana o serviço de escavação no sítio arqueológico localizado na Fazenda Volta Grande, distante cerca de 15 quilômetros da cidade. No lugar, conforme estudos, estão as ruínas de Santiago de Xerez, a cidade mais antiga de MS e que foi destruídas pelos Bandeirantes. Em cinco dias de escavações, os arqueólogos, historiadores e braçais que auxiliam no serviço encontraram várias peças como telhas e até potes que teria pertencido aos espanhóis que habitavam o lugar.
As equipes de reportagem da Rádio Difusora de Aquidauana e do Site Anastácio Notícias acompanharam uma tarde de trabalho na área. A escavação realizada pelo grupo composto pelo Dr. Gilson Martins, arqueólogo e professor da UFMS; pela arqueóloga e professora Emília Mariko Kashimoto e pelo historiador Bruno Mendes Tulux foi suspensa nesta sexta-feira, uma vez que o volume de peças encontradas será levado para o Museu de Arqueologia da UFMS, na Capital. Os materiais serão registrados, interpretados, catalogados e remontados.
A ação é possível graças ao contrato de prestação de serviço entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Fundação Cândido Rondon, para a execução de projeto e serviço técnico de levantamento e prospecção do sitio arqueológico de Santiago de Xerez.
Conforme Gilson, as ruínas e vestígios arqueológicos da antiga cidade ainda estão às margens do Rio Aquidauana e podem resultar num grande atrativo cultural e ecológico para a região de Aquidauana.
O arqueólogo Gilson Martins afirmou que pretende promover uma grande escavação arqueológica na região onde existiu o primeiro povoado de Mato Grosso do Sul. "Esta grande escavação vai demorar mais um pouco", contou. Destruída em 1632, após fulminante ataque de bandeirantes luso-paulistas, a cidade de Santiago de Xerez foi fundada por Ruy Diaz de Guzman, em 24 de março de 1593, na área compreendida atualmente pela bacia dos rios Miranda e Aquidauana.
Segundo o professor, a escavação arqueológica é para definir exatamente as ruas e quadras da cidade Santiago de Xerez e recolher ferramentas e artefatos que fizeram parte do dia-a-dia dos seus habitantes. "Isso concluído, pretendemos transformar o lugar num grande parque histórico que não é só municipal ou estadual, mas é binacional pelo grande interesse para o Brasil e Paraguai", afirmou o professor ao assegurar que no povoado viviam cerca de 100 espanhóis e pelo menos três mil índios agregados.
Fonte: Ronaldo Regis / Fotos: Plínio de Góes
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