Terça-feira, Outubro 23, 2007
Armando Anache/Arquivo Pantanal News/14.9.06
O ex-governador de Mato Grosso integrado, ex-senador e Presidente da República José Fragelli , 91, (ao centro) chega à reunião na Chácara do Tata - em Aquidauana, 135 quilômetros a oeste de Campo Grande - e é recebido pelo deputado federal Nelson Trad (à esquerda), pelo presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Laucídio Coelho Neto e o prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (à direita)
Foto: Armando Anache/Arquivo Pantanal News/14.9.06
Recebi, há pouco, uma chamada de Campo Grande, 135 quilômetros a leste de Aquidauana, onde estou na redação da CPN (Central Pantaneira de Notícias) - Pantanal News e rádio Independente.
Via "messenger", o meu colega João Prestes, do MidiaMax News pergunta como está o senador José Fragelli. Respondo que está bem, ainda morando na sua casa, próxima ao rio Aquidauana, na Praça Nossa Senhora Imaculada Conceição.
Recebo a informação que, na edição de hoje, o jornal "Folha de S. Paulo" informa que o ex-senador do PMDB de Mato Grosso do Sul e ex-Presidente interino da República está morto.
Digo que não. O senador José Manoel Fontanillas Fragelli está vivo, aqui em Aquidauana, onde mora com a sua mulher, Lourdes Fragelli.
Telefono para a casa do senador. Atende uma mulher, com voz jovem. Pergunto se o senador está e ela diz que sim. Ela pergunta quem quer falar com ele. Informo que é o Armando Anache, o Armandinho.
Armando Anache/Arquivo Pantanal News/14.9.06
Com a sua voz inconfundível, ainda vibrante aos 91 anos - o senador nasceu em Corumbá, na fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia, em 31 de dezembro de 1915 -, Fragelli atende ao telefone perguntando: "Armandinho, é você? Como está o seu pai, o Armando Anache, que não vejo há anos?" O ex-prefeito de Corumbá (1979-1982) e ex-deputado estadual (1983-1994) Armando Anache está no Rio de Janeiro, onde mora desde que sofreu um infarto, aqui na rádio Independente, em fevereiro de 2005, informo ao senador. "Eu não sabia que o Armando havia infartado, Armandinho; dê o meu abraço a ele", diz o senador.
Comento com o senador Fragelli a notícia publicada na edição de hoje da "Folha de S. Paulo". Trata-se de reportagem da colega Andreza Matais, com o título "Senado emprega parentes de servidores não concursados". Nela, o senador é citado no segundo parágrafo: Há casos de famílias inteiras acomodadas no Senado, como a da secretária-geral da Mesa, Claudia Lyra, que tem duas filhas, duas irmãs e o cunhado empregados ali. Quando assumiu a presidência do Senado, em 1985, José Fragelli (MS), já morto, espantou-se com o que encontrou. "O Senado é um loteamento familiar", disse ele.
Pergunto ao senador se ele lembra da frase dita em 1985. Ele responde que não. "Não me lembro dessa frase atribuída a mim, mas sou contra a nomeação de parentes e, quando assumi a Presidência do Senador Federal, encontrei um monte de gente nomeada, mas jamais empreguei qualquer parente meu", disse José Fragelli.
Não comentei com o senador o equívoco da Folha de S. Paulo, que informa na edição de hoje que ele estava morto.
Falhas ocorrem e sempre acontecerão em jornalismo. Ainda mais no dia-a-dia de trabalho corrido de um jornal diário.
E eu, por respeito ao nonagenário político de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, preferi não reproduzir o que está escrito.
Se errei, errei e assumo. Mas os laços que unem a minha família e a do senador são mais fortes e quentes do que a chamada "frieza" do repórter profissional.
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