sábado, 8 de novembro de 2008

O Globo imitando site de Aquidauana: “Barack Hussein Obama"

FM PAN - Edson Paim Escreve:

Durante a campanha política em Aquidauana, não poupamos criticas a um site local que insistia em utilizar um nome de nulo apelo jornalístico para designar o candidato favorito Fauzi Suleiman, depois eleito Prefeito.


O tempo só veio confirmar a justeza de nossas afirmações, uma vez que o colunista Argemiro Ferreira, em artigo publicado na Tribuna de Imprensa, de hoje, encosta o jornal O Globo “na parede”, em face de habitual procedimento semelhante.


Sem maiores comentários, o que é absolutamente desnecessário, transcrevemos o seguinte trecho da coluna de Argemiro Ferreira:


“E aquele "Hussein" do jornal "O Globo"?

...

O respeito a Ali, Carter e Clinton

Fiquei implicado com a celebração triunfalista de "O Globo". Primeiro, por achar que o tributo era mais aos recursos técnicos da empresa, que se deu ao luxo de atualizar o resultado, divulgado tarde demais, em três primeiras páginas diferentes. As que circularam a tempo de pegar a distribuição normal certamente não tinham o resultado definitivo da votação - e para os demais jornais, não se justificava o custo da espera.


Era então apenas uma primeira página para efeito de relações públicas, feito jornalístico menor. Mas houve ainda a decisão, insólita e de mau gosto, da manchete "Presidente Barack Hussein Obama". No tempo em que eu fazia título no copy desk de "O Globo", o lutador de box que ganhou o título mundial dos pesos pesados, o bailarino que fora Cassius Clay ao nascer, adotou como adulto o nome Muhammad Ali - e assim era identificado na mídia.


Mesmo depois, quando os eleitores americanos elegeram um presidente chamado James Earl Carter Jr., o jornal da família Marinho só o chamava pelo nome adotado por ele, Jimmy Carter. E bem mais tarde, em 1992, ao ser eleito o candidato cujo nome original era William Jefferson Blythe III (o Clinton veio depois, era do padrasto), nas páginas de "O Globo" sempre foi (e continua a ser, até hoje) apenas Bill Clinton.


Que gênio do jornalismo teria decidido agora - e com que intenção - mandar o mancheteiro preferir aquele "Barack Hussein Obama", que os jornais em geral não usam nem em textos, quanto mais como manchete, quando a opção normal é pela economia de letras? Não sabia "O Globo" que aquele nome do meio, demonizado para preparar a invasão do Iraque, só é falado pelos odiadores do presidente eleito? E em especial os extremistas de "talk shows" do mais baixo nível?


Orgulho de ser único no mundo


Não afirmo que a intenção tenha sido ofensiva. Não vi antes textos ofensivos no jornal sobre Obama - nem na coluna pouco inspirada de Merval Pereira. Mas o "oba, oba!" da página 6 celebrou a opção como positiva. Relatou com orgulho ter sido aquela primeira página mostrada várias vezes na CNN, ao mesmo tempo em que um locutor explicava que foi a única no mundo a incluir aquele "Hussein" no nome do presidente eleito.”

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.